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Setembro Amarelo

Setembro Amarelo

1 mês atrás


SETEMBRO AMARELO - O MÊS DEDICADO À VIDA – PREVENÇÃO DO SUICÍDIO

A vida é o nosso primeiro patrimônio e, certamente, difícil de ser adquirida e mantida.

A nossa história individual começa na fecundação, depois nidação, desenvolvimento embrionário, desenvolvimento fetal e o momento derradeiro do nosso nascimento, algumas vezes complicado, até o nosso primeiro choro. Pouco sabemos dessas fases com relação ao que podem gerar em nossas células, em nossas informações genéticas ou em nosso comportamento futuro. Quais padrões nosso corpo adotará, não só pela genética, mas por outros fatores durante a gravidez, como os decorrentes do comportamento e hábitos da nossa mãe.

No início da convivência com outras crianças e adultos, vamos adquirindo consciência e conhecimento para conseguir sobreviver no meio social. Esse meio que pode tanto nos ajudar como nos destruir, na dependência da estrutura psicológica resultante da educação oferecida (“educação de berço”).

Então, por que essa introdução? É por ser o suicídio o resultado de doenças ou de interações sociais destrutivas.

O artigo do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre Setembro Amarelo relata que: “o comportamento suicida é multifatorial, envolvendo uma interação complexa de fatores biológicos, psicológicos, sociais e espirituais”.

Quanto mais conhecemos sobre nós, sobre nossas origens, teremos mais chances de prevenir, tratar ou recuperar as pessoas que tenham idéias suicidas e resultem na morte, inclusive de muitos jovens atualmente.

Talvez a busca de uma vida emocionante, com muitos riscos, na maioria das vezes regadas a bebidas alcoólicas e drogas, aumente o risco de ocorrer morte, por alterar o cognitivo, fazendo com que não perceba o resultado iminente desses atos.

Para muitas pessoas, o consumo de álcool e drogas serve para esquecer situações como desesperança e desespero, busca de sentido existencial, razão para viver, dificuldade na resolução de problemas, isolamento social não só pela falta de amigos, mas por opção, favorecendo, ou melhor, contribuindo para execução da ação suicida

As estatísticas mostram que, um em cada sete adolescentes de 10 a 19 anos é acometido por algum tipo de transtorno mental no mundo todo. A depressão e os transtornos de ansiedade são os mais freqüentes. E isso só aumentou, principalmente no período crítico da humanidade, durante a pandemia do covid-19.

Também, verifica-se em qualquer estatística destes casos fatais, um predomínio em jovens do sexo masculino. Entre as causas estão os transtornos de comportamento, sentimentos de desesperança, separação parental e comportamentos suicidas dos pares. Já entre as mulheres foram observados histórico de transtornos alimentares, transtorno bipolar, estresse pós-traumático, violência em relacionamentos, depressão e aborto. O histórico de transtornos mentais e abuso de substâncias ilícitas, bem como exposição à violência são fatores comuns para ambos os gêneros.

Em função de que o nosso bem maior corre perigo, devemos enfatizar a importância da existência humana em todas as suas etapas. A difusão atual de idéias de desprezo pela vida, desprezo aos valores sociais importantes, pode contribuir ou induzir uma ação suicida. É importante informar e sensibilizar a sociedade, sobre a relevância das lesões autoprovocadas como problema de saúde pública, passível de prevenção.

Estamos em um mundo onde há a necessidade de nos conhecermos melhor, difundir o amor e assim, conseguirmos ultrapassar as necessidades e temores que todos têm, mas que alguns não suportam.

Dra. Marcia Aparecida Picolli-Médica Pediatra-Nutróloga-Hebiatra e Homeopata no CRSMCA de Mauá