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Maio laranja, o mês da conscientização contra exploração sexual infantil e do adolescente
5 dias atrás
Em minha vida profissional, deparei-me com casos que demonstram a vulnerabilidade das crianças, principalmente em seus lares, bem como com corações endurecidos e perversos, travestidos de angélicas criaturas que se aproveitam da ingenuidade delas.
O primeiro, era um garoto de três anos, agredido pela mãe, à ponto de ter fraturas em praticamente todos os membros.
O segundo, uma menina de 11 anos, o padrasto a bolinava. A mãe não queria denunciá-lo. O marido dessa senhora trabalhava em uma delegacia.
O terceiro, um caso que envolveu pelo menos três garotas e um comerciante, que as assediava quando iam ao seu estabelecimento comercial, após saírem da escola.
O quarto era uma garota de 8 anos, que ficava na casa de uma babá, e o marido a assediava.
Quando começo a escrever e lembrar desses eventos, fico me questionando, por que a humanidade está perdendo o amor e respeito para com o próximo, principalmente com as crianças.
Em que mundo estamos criando essas crianças e o que estamos oferecendo para elas.
Diante dessas situações, as crianças precisam criar mecanismos de sobrevivência e meios próprios de solicitar ajuda. Geralmente através de atitudes, quase nunca de forma verbal.
Para os familiares, a observação do desenvolvimento da criança, sua transformação com o passar dos anos, é de extrema importância.
Para os profissionais da saúde, alguns padrões sociais e comportamentais, nesses casos, repetem-se com frequência.
Não é minha intenção enumerar sinais ou sintomas, mas chamar a atenção, conscientizar sobre essa grave agressão, encoberta e há muito infiltrada no mundo.
Desconfiar é o primeiro passo para suspeitar dessa crueldade para com as crianças e adolescentes. É a primeira atitude para podermos combater esse problema.
Mudança de comportamento, de humor, demonstração de constrangimento ou euforia diante de uma certa pessoa, transformação da fisionomia, são os sinais mais gerais e não precisa ser um profissional da saúde para detectar.
As crianças não têm voz para defenderem-se. Elas precisam de adultos que sejam confiáveis e principalmente, não as exponham a cenas dantescas e vulgares.
Dra. Marcia Aparecida Picolli, Médica Pediatra, Nutróloga, Hebiatra e Homeopata no CRSMCA-Mauá