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Exame de próstata: sete segundos que salvam vidas
1 dia atrás
O Novembro Azul simboliza a campanha para divulgar a prevenção ao câncer de prostata; para médico da rede municipal, preconceito diminuiu
O médico urologista Mauro Resende Filho tem uma imensa experiência no diagnóstico e tratamento de câncer de próstata e outras patologias ligadas ao sistema urinário. Só em Mauá, onde começou a trabalhar em 02 de junho de 1990, por ocasião da inauguração da Unidade Básica de Saúde do Jardim Flórida, foram mais de 800 cirurgias de próstata.
Neste Novembro Azul, de campanha para incentivar o exame e diagnóstico de doenças ligadas ao organismo dos homens, o médico Mauro Resende Filho trouxe suas impressões sobre o público que atende. Sua preocupação primordial é garantir o atendimento humanizado, em que explica detalhadamente sobre as questões de saúde. Infelizmente, a população é mal orientada”, afirma.
Para começar, ele traçou uma importante diferença entre homens e mulheres, as primeiras costumam ter mais atenção ao cuidar da saúde. Para o médico, o motivo para que os homens não tenham a mesma rotina de cuidar da saúde com o objetivo de prevenção é cultural. Dr. Mauro acredita que, ainda assim, o preconceito contra o exame de toque é quase inexistente, “a cada dez pacientes que me procuram, no máximo, um recusa. E olha que eu atendo entre 28 e 30 homens por dia.”
Dr. Mauro se impressiona com quantidade de jovens que ignoram os riscos e não tomam medidas preventivas. “Bolhas, manchas, secreção, são sintomas que precisam ter atenção. Muitos jovens sequer usam preservativo. O resultado é observarmos o crescimento de doenças como sífilis e AIDS voltando, principalmente entre pessoas muito novas”, analisa o médico, que vê esse público buscando atendimento diretamente em farmácias. Quando ele fez a especialização em Urologia, em Barcelona, na Espanha, havia um trabalho sistemático do próprio hospital de orientar as pessoas desde os 15 anos, com palestras sobre prevenção em saúde nas escolas, sobre doenças sexualmente transmissíveis. “E olha que estou falando de 1996!”
“Eu dou muitas palestras e a maioria do público é de mulheres. Eu explico que é preciso conversar bastante com o paciente, até para conhecer sua história clínica”, defende o médico, que afirma que o câncer de próstata tem características genéticas e verticais, com algum caso anterior na família. “Também explico que o exame de próstata dura até uns sete segundos, feito de forma a agilizar o diagnóstico, antes de confirmar por meio de exames como PSA e ultrassom, que são complementares.”
Dr. Mauro é adepto do processo de humanização das consultas, ouvindo e conhecendo o paciente. Ele recorda de um paciente de Santo André, em que o resultado do exame PSA era de 0,8% e mesmo assim ele apresentava um tumor. “Onde eu dou aulas, às vezes vejo alunos consultando a inteligência artificial e eu reafirmo: é preciso conhecer o paciente. Se tem histórico familiar, é precioso começar a fazer os exames a partir dos 40 anos, caso contrário, a partir dos 50 anos.
É um câncer muito silencioso”, conclui o urologista dr. Mauro Resende Filho.